domingo, 4 de junho de 2023

DÍVIDA PÚBLICA IMPAGÁVEL

 O episódio das Americanas me lembrou do filme de Michael Moore. E, pela quarta vez, vi o melhor documentário de todos os tempos. CAPITALISMO, UMA HISTÓRIA DE AMOR. É a narrativa de como americanos perderam suas casas (de gerações das famílias) para os bancos, que depois promoveram a sua valorização e obtiveram lucros incalculáveis. Apesar de trágica, a narrativa fica cômica pelo trato irônico dos fatos e as ironias estampadas na face do fantástico cineasta. Recomendo para todos que queiram entender a crise de 2008 nos EUA e suas danosas consequências às finanças americanas e do resto dos países devedores mundo afora. A recessão se espalhou como um tsunami e, na minha opinião, nós e muitos países, até hoje, estamos encalacrados como reflexo daquele roubo histórico do povo americano. Os juros das dívidas e de novos financiamentos subiram ainda mais e estamos pagando, desde aquela época, o rombo de 900 bilhões de dólares que o governo americano liberou para socorrer os grandes que quebraram. Mas os lucros ilícitos e imorais, incalculáveis, dos banqueiros foram para os cofres dos seus donos e nunca devolvidos. No filme, percebe-se a inutilidade do Congresso frente ao poder do capital no governo. Os povos de lá, daqui e dos países devedores sairam perdendo muito, e todos somos regidos pela batuta do FMI, com os ajustes fiscais (França, Grécia, Espanha, Itália etc). Como todos sabem, temos vivido apenas com a metade da arrecadação da União (dizem que está em menos da metade), pois a outra metade vai para pagar amortizações e juros aos credores da dívida pública, que nunca diminui, só aumenta. Por isso, não há solução a curto prazo, mesmo com o espreme espreme promovido pelo arcabouço fiscal. Espero que não, mas continuamos à beira do abismo e o governo que se prepare para enfrentar manifestações de inconformismo.

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