sexta-feira, 4 de setembro de 2020

 O SAMBA DO COMPOSITOR DOIDO


Toda religião tem seus dogmas escritos e/ou praticados.
Não condeno ninguém por ser religioso. Mas acho que a crença tem de ser guardada para si, e agir conforme ela. Do jeito que o mundo está, a formação de grupos que se dizem religiosos está proliferando com muita velocidade, com enorme êxito entre as populações mais pobres, que precisam de palavras apaziguadoras de seus inconformados espíritos.
Crescendo a popularidade, logo logo se candidatam a um cargo político. E passa a ser um conforto oneroso, pois além dos dízimos, haverá o toma lá dá cá, ou seja, o sujeito diz : eu lhes ajudo, deixo vocês fazerem isso e aquilo, dou bolsa disso ou daquilo, por exemplo, mas em troca vocês votam em quem eu pedir”, e por aí la nave va...
Isso é mal, claro, pois permite que a fé dessa parcela enorme da população possa eleger ou ajudar a eleger pessoas inábeis, cercadas por incompetentes, para dirigir Municípios, Estados e União. É o que temos assistido no Brasil. E, pior, apesar de transmitirem expressões que os crentes veem como sinceras, a realidade mostra que muitos são exímios espertalhões, hipócritas, cuja intenção latente é chegar ao poder para concretizar seus sonhos, seja para reinar como poderoso religioso, favorecendo seus seguidores, seja para se locupletar com o dinheiro público, em benefício próprio ou das instituições a que pertence.
Tudo muito parecido com o agir dos partidos políticos, que se formam, se desfazem, mudam de nome, direção e sentido, como um samba parecido com o do compositor doido, do Stanislaw Ponte Preta, num aparente descompromisso com o futuro da nação.