quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

O EMPOBRECIMENTO DA CLASSE MÉDIA

Foi no governo do PT que se instituiu o benefício do mínimo com ganho real para os aposentados de baixa renda. Para os que ganhavam acima de um salário, passaram a corrigir com o manipulado INPC. Qual foi a consequência? Diminuiu o poder aquisitivo dos aposentados da classe média. As insuficientes correções monetárias dos salários dos ativos foi o que mais pesou no empobrecimento da classe média. Para mim, não tem essa de esquerda e direita. Tudo está ligado à manipulação da economia pela elite, que é a verdadeira mandante no governo. Temos vários exemplos. As centenas de processos de poupança estão suspensas por pressão da Febraban nos Tribunais, que se iniciou com o apoio do governo Dilma. Também no governo Dilma, os banqueiros fizeram aprovar a nova forma de confiscar a poupança, corrigindo com a super-manipulada TR + 3%a.a. apenas. De lá para cá foram perdas incalculáveis, favorecendo os bancos que usaram e usam o dinheiro cobrando juros extorsivos nos cartões de crédito e nos vários tipos de empréstimos e financiamentos. E, ainda, o BCentral, dirigido pelos banqueiros, na esteira daquela legislação, emitiu uma série de autorizações para que os bancos pudessem pagar o mesmo irrisório rendimento da poupança às aplicações médias dos fundos de renda fixa, embora de forma disfarçada, mas as contas do resgate denunciavam o confisco. Foram perdas enormes sofridas pelos que corriam do confisco da poupança, colocados entre a cruz e a espada. Fizeram a festa também nas rendas variáveis, mas sempre com aquelas importâncias menores típicas de aplicadores da classe média; óbvio que, para os investimentos dos ricos, sempre existiram taxas maiores.

Isso tudo decorreu do baque sofrido pela economia mundial, após o maior roubo da história perpetrado pelos proprietários da Golden Sachs, Lehman Brothers, Morgan, Meryll Linch etc, em 2008, nos EUA, que não gerou a marolinha do Lula, mas um tsunami que ferrou a Grécia, Itália, Espanha, França, Islândia etc de imediato e, a partir de 2009/2010, o Brasil. De lá para cá, a economia desabou, mas os bancos se recuperaram e tiveram enorme lucratividade, e nada mudou na legislação. Não sei qd fizeram o pernicioso acordo de pagar a metade da arrecadação total da receita aos credores da dívida pública. Só sobra a outra metade para dar conta das despesas do governo. Recuperar a economia passa pela coragem de enfrentar os intangíveis credores que só sabem usar os juros compostos para sugar a receita das nações ferradas. Isso teria de ser renegociado, com transparência e não nos bastidores, como sempre foi. Taxar as grandes fortunas, de imediato, seria uma solução coadjuvante. Talvez essas políticas erradas do passado possam ser corrigidas, se a classe média, a principal atingida por elas, se mobilizar e, ao invés de brincar carnaval, tomar cerveja e ir para a praia, criar um sentimento de vergonha por se omitir, e passar a combater o arrocho que vive há mais de 15 anos. As cartas estão na mesa. O governo terá que saber jogar para recuperar a economia, e não tomar partido na guerra da Ucrânia para não piorar o que já está ruim.