Assistimos a cisões, fusões, alianças e troca de partidos
políticos, sem nunca saber exatamente quais as intenções de um e/ou de outro,
partido ou candidato, porque, salvo honrosas exceções, tudo sempre é dito de
modo vago e impreciso. A maioria dos políticos não está preocupada em ter seguidores de suas ideias, mas apenas em ter eleitores.
Muito a propósito escreveu o Acadêmico João Ubaldo Ribeiro,
em 23/06/2013, referindo-se às manifestações de junho:
“Esquerda e direita,
notadamente no Brasil, são como o conto de Mário de Andrade, que disse que conto
é tudo aquilo que se chama conto. Esquerda aqui é tudo aquilo que se chama
esquerda e direita é tudo o que se chama de direita, não fazem nenhum sentido
prático e são uma salada de enganações, farsas, meias verdades, vigarices e
ignorância mesmo. Elite, nem se fala, e até virou sinônimo, em nosso caso
grotesco, de oposição. Os partidos políticos não querem dizer nada e seus
programas de televisão são um desfile obsceno de inanidades genéricas, em que
todos se manifestam a favor da justiça social, de melhor educação, melhor saúde
e mais um farto e invariável bolodório , mas nenhum diz como chegar lá. Se
alguém tiver a ousadia de indagar aos partidos se concordam com aquilo por que
clamam os manifestantes, todos eles vão assentir, não só porque são
reivindicações tão genéricas que não oferecem risco e apenas suscitam as
promessas fajutas de sempre, como porque as diferenças entre eles são apenas os
nomes dos que se locupletam.”
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