Em 2014, as tropas ucranianas promoveram um massacre contra os separatistas de Donbass (território da Ucrânia que havia votado pela união com a Rússia, por se sentirem cidadãos russos e não ucranianos). A escritora fugiu para não morrer também. A Rússia interveio para reprimir as tropas da Ucrânia, naquela época e agora, para garantir a independência declarada da nação russa de Donbass. Se estão certos ou não, o fato é que essa guerra tem de acabar. Mas acho que o ser humano ainda não aprendeu a ser humano. Todos, incluindo a OTAN, deveriam se desarmar e promover a paz através de concessões mútuas. As reuniões dos líderes não resultam em nada, porque o interesse é manter a rentável indústria bélica funcionando às custas das desgraças dos povos conflitantes.
OUTRO LADO DO CONFLITO OMITIDO PELA MÍDIA EUA/EUROPEIA
As palavras de Karolina Francov, escritora de Donbass, que mora na Itália.
“Muitos me perguntam por que não publico nada sobre o que está acontecendo na
Ucrânia. Por que não coment o e digo o que penso.
Então eu respondo. Isso não é porque eu me sinto chateada ou assustada e
definitivamente não porque eu não tenho coragem de falar. E que não vejo
sentido em falar.
Falei muito em 2014, 15, 16… quando a Ucrânia exterminou civis em Donbass às
centenas.
De fato, gritei quando a cidade onde minha mãe mora foi bombardeada, quando os
pedaços de carne... pernas, braços, cabeças de crianças e velhos foram
literalmente espalhados nas calçadas e nos parques. Senti como se estivesse
vivendo no inferno quando vi os rostos satisfeitos e sorridentes dos meus "amigos"
ucranianos ao ver as fotos dos cadáveres... as de Odessa, aquelas pessoas
queimadas vivas. Agora. Agora me sinto emocionalmente anestesiada.
Eu luto para ser empática. Fico constrangida quando os amigos me falam do
choque e do medo que sentem, porque não sinto mais nada. Por 8 longos anos
minha mãe ouviu os tiros, uivos de bombas e as notícias dos novos mortos. As
pessoas do Donbass estão acostumadas com isso. Tudo isso se tornou uma rotina
diária.
Alguém orou por eles? Alguém de vocês? Ou talvez o presidente americano? Ou
Europa?
Você sabe o que o povo de Lugansk está dizendo? Eu lhes digo: Deus abençoe
Vladimir Putin e a Rússia. A operação de desmilitarização da Ucrânia finalmente
começou!
De minha parte, só posso desejar e esperar que ninguém na Ucrânia veja seus
filhos em caixões ou vivendo com cotos e próteses! A única coisa pela qual eu
rezo!"
Karolina Francov
Escritora
Nenhum comentário:
Postar um comentário