domingo, 19 de maio de 2019

UTOPIA

Fizeram a reforma trabalhista em 2017, dizendo que seria fundamental para o aumento do emprego. O desemprego aumentou.Agora é a previdenciária. Também não haverá retomada do crescimento por ela. A economia ocorrerá somente a longo prazo. Os alvos e beneficiários das reformas são as empresas, que pagarão contribuições previdenciárias e indenizações trabalhistas  reduzidas.

Resta saber se os débitos das sonegadoras, tais como os descortinados pela Operação Zelotes serão cobrados. Se haverá diminuição da parcela da Receita, atualmente destinada ao pagamento dos juros da dívida pública: não pode ser de 50%! No máximo, deveria ser de 30%. Aí tudo melhoraria para o Brasil, pois não é possível a sustentação dos gastos, ainda que somente dos necessários, apenas com a metade da arrecadação, como tem sido feito de há muito e jogado as contas no vermelho! 

É sabido da jurisprudência que o abatimento mensal de uma dívida não pode passar de 30% dos rendimentos da pessoa física. Analogamente, também teria de ser para pessoas jurídicas, como o são a União, Estados e Municípios,  pois seus rendimentos são as respectivas arrecadações. O buraco da Previdência é em grande parte devido ao desvio, pelo governo, das contribuições sociais (pagas pelas empresas não sonegadoras)  para pagamento dos juros da dívida pública; mas isso ninguém fala, porque se fazia também nos governos anteriores, principalmente no tempo dos petistas, que, dirigidos pelo banqueiro Meirelles, celebraram acordo com o FMI em 2003, para tirar o Brasil do buraco. 

É preciso que haja uma renegociação dos contratos que previram esse pagamento mensal de juros e discutir a questão do cálculo dos juros. Lembro-me do Nelson Barbosa, que substituiu o Mantega, foi o único Ministro das Finanças que revelou a causa da excessividade da dívida pública. Ele contou à imprensa que os Estados estavam pleiteando diminuir suas dívidas com a União, recalculando-as com juros simples, mas que ele não concordara, pois as dívidas da União eram calculadas com juros compostos; daí que se tivesse concordado teria dado um brutal prejuízo para a União.  

Lembro-me, também,  que o Ciro foi o único que disse durante a campanha presidencial que iria tratar de reduzir os 50%. Claro que seria a melhor solução, pois reduziria em muito o deficit orçamentário. Pena que a mídia comprometida não alardeou e nem se interessou em discutir. Assim o povo não pôde conhecer e entender. O Ciro foi abandonado, estrategicamente, pelos petistas. Dilma caiu porque não pagou a parcela dos juros aos credores, em dezembro de 2014. Ciro não cresceu porque ameaçou interesses dos credores. 

Então, a minha opinião seria para o Brasil renegociar os contratos com os credores mutuantes, cobrar dos sonegadores contumazes com dureza, estabelecer um teto previdenciário, inclusive de  complementação previdenciária patrocinada pelo governo, proibir o desvio do fundo previdenciário para pagamento de juros da dívida pública, renegociar as parcelas mensais dos contratos e, em paralelo, o Congresso discutir e votar a Lei Complementar para instituir o  Imposto sobre Grandes Fortunas, que está previsto na Constituição. Sobre o IGF, o chato é que os bilionários logo retirarão suas fortunas do Brasil, como chegaram a fazer na França, e Sarkozy (ex-presidente que apenas falara em instituí-lo) teve de voltar atrás (jogo de cena para os "achatados" aposentados franceses), pois os bilionários de lá ameaçaram com uma fuga de capitais para a Bélgica. Mas há solução para impedir as transferências. Basta querer!


Mas acho que são propostas utópicas, pois os nossos gestores não são valentes! E é o que mais precisaríamos. Homens decididos, contando com o respaldo de um povo previamente esclarecido. Haveria muito trabalho pela frente, mas seria preciso que o povo se interessasse mais pela Administração do país, ao invés de se dedicar quase que somente ao lazer (futebol, praia, carnaval etc). Do contrário teremos sempre de dar razão a Pelé, sobre o que disse quando retornou da Copa de 70.

domingo, 10 de março de 2019

MENTIRAS BELICOSAS



Cada vez mentem mais. A Colômbia sabia que foram ativistas opositores que atearam fogo, embora acidentalmente, nos caminhões de ajuda barrados na fronteira pelo exército venezuelano. E, tanto sabia, que não entregou à imprensa os 13min de gravação anterior ao incêndio, em que mostra um opositor de Maduro jogando um coquetel Molotov. Mas, mesmo assim, acusou o governo de Maduro, falsamente, inclusive os robôs do Trump, Pence, Guaidó etc. Eu não apoio o Maduro na Presidência, na forma que assumiu o cargo, porque se havia acusação de ilegalidade, ele deveria ter chamado os Órgãos Internacionais e promovido outras eleições, com efetiva fiscalização internacional. Agora houve o apagão na Venezuela.Possivelmente a Colômbia será acusada de estar por trás de eventual sabotagem. Pô, é um jogo sujo, duro de aceitar! A mentira da Colômbia e dos EUA foi do tamanho da mentira que o Bush (ex-presidente) usou, no caso das "armas de destruição em massa", para destruir o então Estado  do Iraque.
Parece impossível o aperfeiçoamento da democracia, com um abraço da ética na política e na gestão da coisa pública. Este tipo de comportamento, um presidente acusando o outro, jogando uma população contra outra, supostamente sabotando serviços essenciais, prova que a politicagem permite mentir, nos fazer de bobos, para alcançarem os seus objetivos de ganhar o poder. Parece que o Maduro aceitou a mediação Papal, mas o líder da oposição e da revolta rejeitou, entendendo que não adiantaria, ou seja, sua posição belicista é inflexível. Aqui, internamente, o Mourão está "salvando a lavoura", substituindo as intenções bélicas do guru Olavo nas reuniões da cúpula latino-americana, dando uma chance à paz, como cantou John Lennon. Receio que armamentos para o nosso exército, dentre outras condições, possam ser o preço para nos meter numa guerra contra a Venezuela, que, por agora, está descartada, mas tudo dependerá das negociações do Bolsonaro com o Trump, na semana que vem.

sábado, 9 de março de 2019

SALVE O BOM SENSO DOS MODERADOS

Hoje deu nos jornais que, no governo, está havendo uma luta pela preponderância de ideias menos radicais. Ainda bem que os militares estão contra tais ideias do mentor Olavo de Carvalho, que fica inculcando, na cabeça de seus discípulos, ideias extremistas beligerantes. Se deixar o robô Araújo solto, podemos nos meter numa guerra contra a Venezuela, o que seria um desastre econômico. Ainda bem que o vice Mourão está lá, para conter o radicalismo. Mudar a embaixada para Jerusalém, bem como cancelar a aceitação do Acordo do Meio Ambiente, é ir contra quase todos os países da ONU. São violações da situação jurídica assumida pelo Brasil anteriormente, uma tremenda violação do compromisso tradicional do Brasil, de respeitar as normas, resoluções, tratados etc, que integram o Direito Internacional votado pela ONU. Esse negócio de religiões se unirem (judeus e evangélicos) para tirar proveito político deveria ser repudiado pela sociedade. Decisões que impliquem tantas consequências desfavoráveis ao Brasil, tanto na economia como no campo político, deveriam se submeter a um referendo ou mesmo um plebiscito.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

A COBIÇADA VENEZUELA

Muito maior do que o medo do socialismo, é o medo de continuar a não mandar na Venezuela, como os americanos não estão desde o início da era chavista-bolivariana. Claro que os americanos querem o controle do petróleo e de outras riquezas minerais daquele solo rico e cobiçado e, para tanto, estão promovendo uma série de bloqueios econômicos, acarretando as dificuldades atuais para aquele povo sofrido, como se não bastasse o prejuízo que o país amargou, durante o longo período do preço baixo do petróleo. A turma da oposição, que é da linha entreguista, está sendo usada para aquela finalidade e está seguindo uma linha política confrontante, fazendo transparecer o seu desejo de tomar o poder pela força. Hoje mesmo, o líder da oposição, o inusitado presidente à la Barcelona, não descartou o seu uso, logicamente contando com os exércitos fronteiriços ajudando e/ou a rebelião das forças armadas venezuelanas. Fica difícil prever uma conciliação num cenário de intransigência de ambos os lados e fácil de prever uma matança em larga escala. Temos de torcer para que prevaleça o bom senso, e que o Brasil não se afunde numa guerra instigada por interesses econômicos de outros países.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

DÍVIDA PÚBLICA IMPAGÁVEL


Deu no Globo de ontem, 13/01/19, que o governo estuda cortar 266 bilhões de reais em quatro anos e que, para conter o rombo atual, servidores e salário mínimo ficariam sem reajuste acima da inflação até 2022. Medidas que visam a reverter a escalada da dívida pública, que disparou 25 pontos percentuais em relação ao PIB em apenas cinco anos.O Chicago Boy brasileiro, atual Ministro Paulo Guedes, estuda outras medidas para economizar, mas tomando sempre como paradigma o mesmo plano do FMI, o badalado Ajuste Fiscal apresentado pelo seu agente Levy, no governo Dilma, que sacrifica uma enorme parcela da população, mas que fora rejeitado pelo executivo e legislativo da época. Tais medidas são parecidas, senão as mesmas que têm causado furor nos países europeus, tais como França, Hungria, Grécia, Itália etc, e que provavelmente aqui também causarão. Nenhum dos chamados economistas liberais falam em promover o Ajuste da Dívida, simplesmente porque, fundamentalmente, não aceitam o seu recálculo usando juros simples, ao invés dos juros compostos. Estes, que são o motivo principal da disparidade entre o crescimento da dívida e o crescimento do PIB, nunca foram contestados pelos países endividados, que os aceitam como se fosse uma cláusula pétrea dos contratos celebrados com os financistas (Bancos que emprestam, conforme contratos de adesão) .  E não contestam com receio de não serem mais financiados. O único, até hoje, que contestou,  foi o Nestor Kitchner, em 2001, da Argentina, e conseguiu uma baita redução, pois deve ter percebido que era aí é que residia o desequilíbrio fiscal.  Se a produção é financiada, mas o preço do produto final que o industrial fabrica não consegue acompanhar o crescimento de suas dívidas, calculadas com a confiscante e inteligenteTabela Price (juros sobre juros, ou anatocismo, ou usura) então a equação não se equilibra e haverá sempre o crescimento da dívida dos empresários desproporcionalmente aos insuficientes preços finais, que nem sempre podem ser aumentados para manter o seu consumo. Assim também ocorre com a dívida do governo. E, no balanço geral, constata-se essa aberração, do crescimento da dívida ser superior ao PIB. Então, se não houver um recálculo da dívida, vivenciaremos sempre o empobrecimento da população às custas dos ganhos sem causa dos banqueiros. Daí que os vejo como os  inimigos principais do povo. Não se trata de esquerda ou direita. Sempre haverá desequilíbrio com este sistema usurpador. No início do governo do Lula, em 2003, eu achei que ele faria o mesmo que a Argentina fez. Mas não fez! E, pior, se aliou a eles. Tanto que os Bancos em seu governo, obtiveram uma lucratividade nunca d’antes vista neste país. Daí que, este fato aliado à falta de projetos contra a corrupção e sua aliança a ela no episódio do mensalão fizeram-me perder as esperanças de consertar o Brasil, tanto na economia quanto na honestidade e sinceridade de propósitos dos políticos.
E agora a coisa piorou, pois além de nada estar previsto para fazer o Ajuste da Dívida,  nada também está sendo projetado para fazer os ricos contribuírem mais, para resolver o problema da saúde, da educação e da habitação, assim aliviando o gasto orçamentário para estes setores fundamentais ao desenvolvimento do país. O imposto sobre as grandes fortunas, previsto na Constituição, depende apenas de lei complementar, na qual poderia ser exigido o pagamento de, pelo menos, 5% sobre fortunas acima de 50 milhões de reais. Esse imposto teria de ser visto como uma devolução ao povo, pois as fortunas foram feitas aqui, com o suor dele, mas os ricos mandam a maior parte para o exterior. Os computadores dos bancos sabem quem são. Então, seria só questão de vontade política. Mas não vejo nenhuma intenção neste sentido. Se o Lulismo não o fez, não será o Bolsonarismo a fazê-lo! E la nave va...    

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

PENSAR PRESIDENTE, PENSAR!...

Gostei da Austrália que reconheceu Jerusalém Ocidental como capital de Israel. E reconhecerá Jerusalém Oriental como capital do Estado Palestino. Está de acordo com os termos de criação de Israel, pela ONU, em 1948. Um exemplo para o Bolsonaro: seguir o direito internacional, principalmente no Oriente Médio, respeitando a posição histórica do Brasil. Nada de guinada cega para seguir o Trump, disseminando um conceito de nação inconfiável. Será dar razão a De Gaulle que nos rotulou de "povo que não é sério". Trump não mudou posição. Nós, sim, estaremos mudando e, além da má fama, teremos enormes prejuízos no comércio com países do Oriente Médio; acho que será, também, a implosão do BRICS. O presidente de Israel quer um encontro para "cantar" o Bolsonaro antes da posse, deu nos jornais de hoje, 18/12/18. Se fosse ele, diria que iria seguir a Austrália em respeito às leis internacionais.Aliança em outros pontos haverá, sem dúvida, mas esse aí é muito sensível, mundialmente falando. Porém mudar assim, numa guinada de 180º, acho que teria de haver a apreciação pelo Congresso, e, talvez, um referendo popular, porque ele não falou isso durante as eleições, salvo engano, apenas no clube Hebraica, do Rio de Janeiro. Os sintomas existiram a partir da aliança com os evangélicos e o Trump, pois ambos apoiam os sionistas que defendem o bíblico Grande Israel, conquistado pela guerra de 1967, em clara violação à Carta da ONU, que proibia a guerra de conquista. Com o auxílio dos EUA, cujos radares anularam os radares russos nos aeroportos árabes, a aviação destes foi completamente destruída em uma só noite e, por isso, tomaram as terras dos árabes. Desde então os sionistas se recusam a retornar às fronteiras anteriores à guerra, conforme a Res. 242, da ONU. Lamentável que o Brasil se alinhe ao descumprimento ostensivo e desafiador, de Israel-EUA, do Direito Internacional. Na realidade, depois da nomeação da Ministra evangélica, ficou parecendo que sairemos de um Estado Laico para um Estado Religioso, submisso a interesses que nunca foram nossos. Um enorme retrocesso histórico!

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM



Não compreendo o que se chama de esquerda nestas eleições.  Para mim, o único que poderia ser assim chamado seria o Cyro Gomes, cuja plataforma seria mexer na questão da dívida pública, principal causa da recessão, já que metade de toda arrecadação da Receita Federal  é usada para pagá-la mensalmente.  

Nenhum dos dois candidatos atuais sequer mencionou essa impossibilidade de custear o Brasil somente com metade da arrecadação tributária, significando que as reformas que atingiram os direitos trabalhistas e previdenciários serão realizadas, estando também na mira outras economias que ambos não revelaram, mas que possivelmente virão, pois não bastarão apenas as duas reformas para evitar o drástico efeito dos juros da dívida na economia: o uso da praga da Tabela Price, que usa os juros compostos e que foi  inventada pelos credores para submeter os devedores aos seus interesses.

A chamada esquerda brasileira nada tem de socialista, conforme demonstrou o governo Lula, em cujo período os bancos se refestelaram com os maiores lucros de sua história. No máximo poder-se-ia  dizer que é liberalista solidária, ao contrário dos liberalistas individualistas, característica da elite brasileira. Solidariedade que foi difundida mundo afora pelo próprio liberalismo. As tão atacadas, no Brasil, bolsa disso e bolsa daquilo, também existem em todos os países liberalistas do mundo, sob outras denominações. Aqui elas não foram suficientes para acabar com a miséria. Melhorou a vida de alguma parcela dos pobres, mas não atingiu a todos, até porque seus valores diminuíram e hoje talvez dê apenas para evitar a morte por inanição.

Mas, com enfoque nas eleições, não se sabe bem o que vem por aí, de ambos os lados. Estou assistindo à reprise de 1989, quando Collor e Lula foram para o segundo turno. O PT de Lula havia brigado com o PDT de Brizola (acho que nenhum dos dois queria assumir o custo eleitoral de confiscar o dinheiro da poupança, conforme exigiam os artífices do Plano Econômico elaborado pelo FMI). O Collor, liberalista individualista, foi erigido à condição de salvador da pátria, afundada em inflação e dívidas impagáveis, defendendo a caça aos marajás.. Deu no que deu!...

E aí, aquela mesma maioria que ora apóia o Bolsonaro foi atrás, porque sempre odiou o ganho de altos salários pelos cargos públicos (muitas sinecuras para apadrinhados e cabos eleitorais - uma plataforma que se transformou numa baita mentira, porque tudo continuou com antes e até pior) e se apavorava pela ideia de ser governada pelo PT.

Mas ele acabou sendo eleito com os votos daquela maioria e pela mídia lacaia dos credores banqueiros. Um dos primeiros atos? Confiscar a poupança do povo (dizia na campanha mentirosa que era o Lula quem queria confiscar...). Vi  gente chorando de raiva por ter nele votado. Ouvi falar de suicídios em vários lugares.  Soube de muitos infartos. Eu mesmo, ainda com 45 anos, passei mal e pensei que estava tendo um... Quase todas as minhas economias foram para os cofres dos banqueiros credores, assim como de todos os confiscados que acreditavam no único investimento com fama de seguro...Ledo engano, leda crença. 

E hoje? Aquela mesma maioria está acreditando que o Bolsonaro irá fazer tudo isso que ele está dizendo. Acho que está havendo reprise. Diferentemente de fechar o Congresso e de matar ou expulsar do Brasil o pessoal do PT, como tem acreditado uma grande parte de seus eleitores, sedentos de violência e sangue, ele tem conversado com o Centrão, os mesmos que venderam votos no episódio do mensalão. Claro que negociará votos no Congresso,  para aprovar os seus projetos de arrocho,  até porque o Banon, aquele belicista ideólogo do Trump, parece que não quer os militares de volta, mas sim um governo forte e capacho (o filho do Bolsonaro já conversou com ele e saiu convicto de seu apoio) por aqui. E no Congresso tudo continuará como antes, e talvez até aprovem uma declaração de guerra à Venezuela e mudem a adesão do Brasil ao Direito Internacional, voltando-se contra os palestinos, os russos, os chineses etc, enfim implodindo o BRICS e acordos comerciais no Oriente Médio, na América Latina e na África.

Sempre houve a negociação de votos, mas quando o PT foi comprar, não percebeu que os liberalistas individualistas estavam de olho, porque a elite odeia a solidariedade e estava afoita em busca de motivos para desmoralizar Lula e o PT,  sendo certo que a compra dos votos dos bandidos vendidos do Congresso seria para aprovação dos programas sociais, que só assim puderam ser aprovados. A outra forma seria o Lula chamar o povo para referendar seus projetos, o que ele não fez, sei  lá o porquê, talvez a urgência do socorro aos pobres. O fato é que o Brizola tirou o apoio do PDT, bem antes do Jefferson denunciar o esquema, e petistas de peso como Heloísa Helena caíram fora. O PT se deu mal ao correr o risco de fazer a mesma coisa costumeira no Congresso...Achou que, por ter sido apoiado por parte dos banqueiros e dos industriais, estaria aceito por eles. Não percebeu que a elite estava apenas usando o carisma de Lula para projetar o Brasil no exterior e negociar com o FMI (o governo do FHC havia deixado o Brasil no buraco).

Quais serão as surpresas desta vez? Ninguém sabe, porque ambos muito pouco disseram.  Cyro foi o único que havia explicitado o seu programa, um profundo conhecedor dos problemas brasileiros, mas foi rejeitado pela polarização cega e burra, características do radicalismo.
Vejo no governo a volta dos que não foram, o retorno da preponderância dos interesses da elite individualista, parecida ou idêntica à política do Collor. O que não entendi foi o Olavo-guru reclamar da política do governo, numa entrevista: "ao invés de atacar as elites eles estão fazendo acordo com elas..."; quais elites? 
Como cantava a portuguesa Esther de Abreu: o que serái, serái, aquilo que for serái, nós temos que esperaire...Fazer o que, né?