terça-feira, 4 de julho de 2023

JUROS SOBRE JUROS

 Colei essa fala do presidente para registrar que foi a primeira vez que um ocupante de cargo público falou dos "juros sobre juros". Há tempos atrás essa impostura (multiplicação de juros - usura)que é o câncer da economia de todos os países devedores (Grécia, Itália, Brasil, Argentina, Espanha, Islândia etc) havia sido mencionada apenas pelo Nelson Barbosa, quando, nas entrelinhas da entrevista, ele contestou os Estados que queriam pagar suas dívidas com a União, recalculadas com juros simples (somados), ao invés de compostos (multiplicados), justificando que o governo tomava emprestado com juros sobre juros. Não mais ouvi falar. Por isso, torço para que surja algum corajoso, este ou outro presidente, que decida exigir o recálculo da dívida pública com juros somados, ao invés de multiplicados. Isso reduziria enormemente a dívida, sobrando muitos bilhões para investir nas áreas que hoje sofrem redução de verbas, como saúde, educação e manutenção da máquina pública. Quando disseram que o ex-presidente era antissistema, achei que ele fosse confrontar os credores. Ledo engano! O tal do "posto ipiranga" sempre atuou favorável aos credores, estes que nos sugam 50% da receita, diuturnamente, para receber os juros que nos cobram por contratos firmados no passado e no presente, obviamente sob coação (ou aceitam assim, ou não tem financiamento!). Claro que isso explica a miséria espelhada nas calçadas das cidades, não só aqui, como nos países devedores mundo afora.


segunda-feira, 26 de junho de 2023

RADICALIZAR A DEMOCRACIA

Hoje, 26/06/23, a respeito do artigo da Dilma, no qual ela disse que será preciso radicalizar a democracia, eu comentei na fsp, no curto espaço que ela disponibiliza:

"Sim, radicalizar a democracia! Tem de haver uma punição para essa imposição de barganha de verbas por votos. O governo tem de ceder à chantagem e isto é claramente antidemocrático e inconstitucional. Fechar o Congresso e convocar eleições parlamentares (proibidos os investigados e processados) com comprovação, pelos candidatos, de probidade e conhecimento do funcionamento da máquina pública. Isso é que poderia iniciar o conserto dessa grande empresa Brasil."

Acho que isso deveria ocorrer, porém é mais uma utopia que esperamos da política. Ela mesma poderia tê-lo feito, mas preferiu se curvar à realidade para, obviamente, evitar eventuais conflitos sangrentos.

domingo, 4 de junho de 2023

INCOERÊNCIA DOS AMERICANISTAS

O povo de Donesk, região da Ucrânia, luta para se separar da Ucrânia, para ser independente e aliado do liberalismo russo. Eles são russos e querem tomar a sua região da Ucrânia, com ajuda dos russos. Os taiwaneses são chineses que tomaram a ilha da China, com a ajuda dos americanos. Querem ser independentes e aliados do liberalismo americano-europeu. Observo que a mídia e os americanistas tratam diferente um e outro caso. Na Ucrânia os americanistas rejeitam a independência dos separatistas russos, mas em Taiwan apoiam a independência dos separatistas chineses. Lá condenam a invasão socorrista russa. Aqui apoiam a invasão socorrista americana.

DÍVIDA PÚBLICA IMPAGÁVEL

 O episódio das Americanas me lembrou do filme de Michael Moore. E, pela quarta vez, vi o melhor documentário de todos os tempos. CAPITALISMO, UMA HISTÓRIA DE AMOR. É a narrativa de como americanos perderam suas casas (de gerações das famílias) para os bancos, que depois promoveram a sua valorização e obtiveram lucros incalculáveis. Apesar de trágica, a narrativa fica cômica pelo trato irônico dos fatos e as ironias estampadas na face do fantástico cineasta. Recomendo para todos que queiram entender a crise de 2008 nos EUA e suas danosas consequências às finanças americanas e do resto dos países devedores mundo afora. A recessão se espalhou como um tsunami e, na minha opinião, nós e muitos países, até hoje, estamos encalacrados como reflexo daquele roubo histórico do povo americano. Os juros das dívidas e de novos financiamentos subiram ainda mais e estamos pagando, desde aquela época, o rombo de 900 bilhões de dólares que o governo americano liberou para socorrer os grandes que quebraram. Mas os lucros ilícitos e imorais, incalculáveis, dos banqueiros foram para os cofres dos seus donos e nunca devolvidos. No filme, percebe-se a inutilidade do Congresso frente ao poder do capital no governo. Os povos de lá, daqui e dos países devedores sairam perdendo muito, e todos somos regidos pela batuta do FMI, com os ajustes fiscais (França, Grécia, Espanha, Itália etc). Como todos sabem, temos vivido apenas com a metade da arrecadação da União (dizem que está em menos da metade), pois a outra metade vai para pagar amortizações e juros aos credores da dívida pública, que nunca diminui, só aumenta. Por isso, não há solução a curto prazo, mesmo com o espreme espreme promovido pelo arcabouço fiscal. Espero que não, mas continuamos à beira do abismo e o governo que se prepare para enfrentar manifestações de inconformismo.

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terça-feira, 23 de maio de 2023

IMORALIDADE ADMINISTRATIVA

 Hoje, 23/03/23, deu nos jornais que um Juiz anulou a nomeação da mulher de um governador para um cargo vitalício no Tribunal de Contas. Ela seria a fiscal das contas do governo. Cheirou mal ao juiz, que condenou o nepotismo, anulando o conteúdo do ato parlamentar (foi o presidente da Assembleia Estadual que assinou a nomeação, para a mulher não ser nomeada pelo próprio marido). A anulação deveria prevalecer. Mas, vejam bem como supostamente a banda tocará.

O juiz anula. O tribunal anula a sentença.Tempos depois, o STJ anula a decisão do tribunal. Por fim, o STF anula a decisão do STJ e transita em julgado. Conclusão: fica validada a nomeação! Admitir o nepotismo (favorecimento a parente) logo pelo primeiro juiz, seria um tiro no pé, perante a sociedade. Logo o negócio é confundir e, no fim, deixá-lo continuar a acontecer, da mesma forma que o fisiologismo (favorecimento a amigos), ambos sempre foram muito comuns no Brasil, no Judiciário, no Executivo e no Legislativo. Existe Projeto de lei para acabar com essa prática imoral de favorecimento, que decorre da troca de interesses? Não, pois o Parlamento é fonte exemplar de ambos.   

terça-feira, 9 de maio de 2023

HOLOCAUSTO PALESTINO II

 De vez em quando, vejo essa foto e tenho empatia com o sofrimento dos palestinos. Imagino como eles se sentem por serem tratados assim em sua terra natal pelo exército judeu, a maioria deste nascida ou com ancestrais nascidos em outros países. Assim como eles, penso na inutilidade da ONU, que nunca interveio para fazer respeitar suas Resoluções e exigir o cumprimento delas por Israel. Devem se sentir sozinhos e impotentes para reagir contra as invasões e expulsões de suas propriedades milenares. Difícil imaginar o conformismo. Quando reagem com atos desesperados, são chamados de terroristas pelos judeus do mundo inteiro, inclusive pelos americanos e europeus que, indiferentes, dizem que Israel tem o "direito de se defender"...É risível a hipocrisia, a qual revela o domínio econômico dos reis da terra sobre aquelas nações submissas financeiramente e que compõem a OTAN, a mesma que está intervindo na Ucrânia para defender os ucranianos contra a invasão dos russos...Lá pode, mas contra Israel nunca, não é?


Todas as reações:
Alcibiades Marcial

sexta-feira, 28 de abril de 2023

PARECE UMA AMEAÇA DOS BANQUEIROS

 

Armínio Fraga, em 28/04/2023, criticou o arcabouço fiscal do governo Lula, dizendo que a aritmética não fecha. Ele tem razão, embora a causa de não fechar, ele tenha omitido, como sempre fazem os porta-vozes dos banqueiros. Mas ele sabe que a aritmética q não fecha é a aplicação de juros compostos nas dívidas, fazendo-a parecer uma bola de neve. Isso motiva os produtores a aumentar os preços p/ pagar os juros aos credores banqueiros e rentistas privados. A equação não fecha e está sempre alimentando a inflação. Esse é o câncer da economia, que precisa de ser curado, c/ juros simples. E se alguém quiser consertar o Brasil, terá de fazer o ajuste na dívida pública, também, senão não teremos solução. O tal ajuste fiscal sempre é em cima dos 50% da receita que nos restou, para custear a Administração e Três+MP Poderes da União. A outra metade vai para os banqueiros credores, a título de amortização e juros (mas a dívida nunca diminui, só aumenta). Armínio sempre defendeu o pagamento dessa forma aos banqueiros, inclusive como diretor do banco central, no governo do Fernando Henrique; deixou as finanças do Brasil no buraco (nunca o considerei um bom brasileiro). Os juros compostos, ou anatocismo, ou capitalização dos juros etc, têm natureza jurídica de usura e, por isso, deveriam ser proibidos pela ONU. Um governo que decidisse atacar essa principal causa da miséria no planeta, teria de começar exigindo o debate na Assembleia das Nações Unidas.