segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

ONU ACUSA ISRAEL DE RACISTA E DE APROPRIAÇÃO ILEGAL

Deu no Globo, de hoje, 24/02/14:

Políticas de Israel são como as do apartheid, diz relator da ONU

  • Richard Falk disse que os direitos dos palestinos estão sendo violados pela ocupação prolongada de Israel do território e pela "limpeza étnica"
  • GENEBRA - As políticas de Israel na Cisjordânia e na Faixa de Gaza parecem com as do apartheid, devido à sua opressão sistemática do povo palestino e à expropriação de fato da suas terras, afirma um investigador das Nações Unidas em um relatório.
    Richard Falk, relator especial da ONU sobre direitos humanos nos territórios palestinos, disse que os direitos dos palestinos estão sendo violados pela ocupação prolongada de Israel do território e pela "limpeza étnica" feita em Jerusalém Oriental. Gaza, apesar da retirada de Israel em 2005, continua a ser "ocupada" sob o bloqueio israelense ilegal que controla fronteiras, espaço aéreo as águas costeiras e, prejudica especialmente os agricultores e os pescadores, disse Richard.
    Falk, um professor de direito americano que é judeu, criou polêmica em maio de 2008 ao comparar as ações das forças israelenses na Faixa de Gaza à dos nazistas na Europa durante a guerra.
    A situação humanitária no enclave controlado pelo Hamas é terrível e agravada pela escassez de combustível, acrescentou. Estados membros da ONU devem considerar a imposição de uma proibição sobre as importações de produtos de assentamentos judaicos na Cisjordânia, disse Falk em seu relatório final ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, depois de cumprir seis anos no cargo independente.
    Em uma seção intitulada "atos que potencialmente leva à segregação e ao apartheid", ele analisa as políticas israelenses, incluindo o "contínuo uso excessivo da força por parte das forças de segurança de Israel" e assassinatos ilegais que, segundo ele, são "parte de atos praticados, a fim de manter o domínio sobre palestinos ".
    Palestinos na Cisjordânia estão sujeitos às leis militares enquanto os colonos judeus enfrentam um sistema de direito civil, disse ele. Israel também viola os seus direitos ao trabalho e à educação, liberdade de circulação e residência, e de expressão e reunião, disse ele. Dez anos atrás o Tribunal Internacional da ONU de Justiça determinou que o muro de separação de Israel dentro da Cisjordânia é ilegal, observou. Israel diz que é uma barreira de segurança.
    "Parece incontestável que as medidas israelenses que dividem a população do território palestino ocupado ao longo de linhas raciais criam reservas separadas para os palestinos e expropriam suas terras", escreveu Falk em seu relatório de 22 páginas.
    "O efeito combinado das medidas destinadas a garantir a segurança dos cidadãos israelitas, para facilitar e expandir os assentamentos, e, ao que parece, para anexar a terra é hafrada (a palavra hebraica para separação), a discriminação e a opressão sistemática de dominação sobre o povo palestino ".
    Não houve reação imediata de Israel, que boicotou o conselho que acusa de parcial, por 19 meses, retornando em outubro de 2013.
     

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