Pois é, quando é
comentado por alguém, os sionistas o chamam logo de nazista, antissemita etc.
Vamos aguardar o adjetivo que usarão para esta iluminada israelense (pena que não consegui colar a sua foto), que
concluiu, assim como outros judeus mais sensatos, que Israel é um Estado
racista, belicista, fabricante e exportador de armas, e que não representa a
minoria da qual ela faz parte. Acho que sem intervenção armada da ONU, para
fazer Israel cumprir a lei internacional, não haverá solução. Pacificamente, no
entanto, atingir a maioria de judeus que pensem como ela está num futuro tão
longe e incerto, que não estarei vivo para ver o radicalismo dos sionistas ser
vencido pelos judeus moderados, os quais reconhecem o direito dos palestinos.
Está tão longe, que quando atingir a maioria não mais haverá palestinos vivos,
se continuar o ritmo do seu holocausto ou genocídio.
Temos um Estado com políticas racistas’, diz ativista israelense
Coordenadora de
grupos de boicote, Sahar Vardi defende ação internacional para dar fim à
ocupação de territórios palestinos
POR FELIPE BENJAMIN
11/08/2018 4:30
RIO — Filha de um professor universitário que se recusou a servir no
Exército israelense durante a Primeira Intifada (1987-1991), Sahar Vardi se
acostumou, ainda na adolescência, a conviver com a repressão dos soldados e a
condenação de seus vizinhos. Participando de protestos contra a ocupação dos
territórios palestinos desde os 14 anos, Sahar — que visitou o Brasil e se
encontrou com ativistas durante a semana passada — seguiu o exemplo do pai e,
ao deixar a escola, também se recusou a servir e passou cinco meses em uma
prisão militar, o que descreve como “um lugar interessante para entender as
diferenças da sociedade israelense”.
— Comecei a atuar como ativista durante a Segunda Intifada (2000-2005)
e, ironicamente, acho que foi mais fácil desenvolver minhas opiniões políticas
naquele ambiente — diz a ativista. — Fui detida por me recusar a servir no
Exército enquanto muitos de meus colegas de escola estavam servindo. Se um
amigo te diz “o que você vai fazer é tão imoral que eu prefiro ir pra cadeia a
ter que passar por isso”, há uma reflexão que te leva a pensar em coisas que
normalmente a sociedade israelense não te leva a considerar.
Ativista da comunidade LGBT, Sahar, de 27 anos, atua como coordenadora
do American Friends Service Committee (AFSC) em Jerusalém e no movimento
Boycott from Within (Boicote Interno), associação de árabes e israelenses que
apoia o movimento internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS)
contra Israel, que mira empresas com presença nos territórios ocupados.
— Minha área de atuação tem dois aspectos: o primeiro é a mobilização da
juventude próxima à idade de convocação militar, discutindo as consequências
sobre palestinos, mulheres e trabalhadores. O outro é o econômico. Hoje, Israel
abriga uma indústria bélica gigante que se baseia nas armas usadas contra os
palestinos, e vendidas inclusive para o Brasil. O que tentamos é fazer com que
as pessoas percebam essas conexões e aumentem a solidariedade entre diferentes
movimentos ao redor do mundo.
Para Sahar, o trabalho de base e as mobilizações populares são o caminho
para dar fim à ocupação nos territórios palestinos.
— É importante buscar mecanismos alternativos, como por exemplo o
boicote às empresas que fabricam o cimento a ser usado na construção dos novos
assentamentos, que podem se ver obrigadas a desistir de contratos — afirma a
ativista. — É claro que isso, por si só, não vai mudar a posição do governo
israelense, mas é assim que se constrói um movimento, e há um grande papel para
judeus brasileiros em atividades como essas.
Crítica da recente lei de Estado-nação, aprovada em julho, Sahar diz que
discussões sobre uma solução política para o conflito não progredirão até que o
governo israelense desenvolva a vontade política necessária para dar fim ao
problema.
— Existem milhões de soluções para o conflito político, mas no momento
temos que criar um cenário no qual o governo tenha interesse em solucionar a
questão — afirma. — Por enquanto, o que temos é um Estado com políticas
racistas e um governo que não representa nada além de si mesmo.