Tudo de ruim que o ajuste fiscal trará será para cumprir os pagamentos dos juros da dívida pública aos credores dos empréstimos ao Brasil. Ano passado o governo não conseguiu reservar
os mais de 45% da Receita Federal, para amortizar e pagar os juros da dívida pública. Para manter as bolsas
sociais, o governo teve de pagar menos, dando as tais pedaladas, que hoje são o motivo do pedido de impeachment, alegando-se crime de responsabilidade.
Daí que, ao pedalar, o governo pisou nos
calos dos gananciosos banqueiros, e o gerente das contas da dívida, que é o
FMI, impôs o Levy, para cumprir com as orientações deles, ou seja, garantir o
seu pagamento, ainda que com pesado prejuízo para o povo. Todas as exigências do chamado Ajuste Fiscal foram igualmente feitas à Grécia e também a Portugal, Espanha, Itália e,
provavelmente, em muitos outros países emergentes. Ou seja, o mundo está num ciclo
negativo, causado pela ganância dos banqueiros capitalistas europeus e
americanos (reis da terra), que se valem da matemática financeira para praticar a
usura e submeter os povos endividados às suas regras.
Eu pensei que o Lula,
logo em 2002, fosse apresentar projetos anticorrupção aqui, e propor a
discussão sobre os juros compostos lá na ONU, pois estes são a causa principal
da bola de neve que viram as dívidas e que causam a recessão mundial. Mas
me decepcionei neste ponto, pois ele se omitiu, embora admita que foi o melhor
presidente que o Brasil já teve, inclusive no plano internacional, com uma
política de respeito ao Direito Internacional, e não apenas o costumeiro satélite dos EUA.
A questão referente à Dilma, juridicamente pode até ser crime de
responsabilidade, mas sem ganho pessoal, tão somente político. No meu
entendimento, não haverá motivo para impeachment. Comparar o impeachment dela
com o do Collor, só se for somente sob o aspecto formal (julgamento no Congresso, presidido pelo STF), porque no caso dele
foram as propinas, mensalões para comprar votos etc, e eu não acho que seja o caso da Dilma, até porque ela não correria o risco de aceitar ou pedir
dinheiro para si, principalmente, porque ela tem consciência do vexame que
seria perante o eleitorado feminino. E a história ainda diria que a
primeira mulher presidente do Brasil denegriu a imagem do gênero porque roubou...Claro que as pedaladas sempre foram dadas; é costume e não é crime, pois foram dadas para manter a assistência social.
Li uma proposta da CNBB e, modestamente, alio-me a ela porque a união de todos para
defender o Brasil seria a solução ideal. No entanto, desejar isso é ignorar a conduta dos
políticos brasileiros. Quase todos estão lá para negociar propinas e conseguir
cargos para si ou para seus seguidores. Por isso que, não tendo cargos para
todos, objetivam ocupar o lugar dos atuais, apenas, para fazer a mesma coisa. Por falta de respeito ao povo, o Congresso sempre foi e será sempre assim, tornando a união dos brasileiros,
praticamente, uma utopia.
Mas que a solução seria um grito uníssono do povo, para recalcular a dívida com juros simples (e não com o larápio do juro composto) e, por consequência, aliviar e talvez tornar desnecessário o Ajuste Fiscal, isso seria! Mas, diante da mediocridade da política brasileira, que se resume no "é dando que se recebe", acho que a solução é um sonho, claro, mas quem sabe se o Brasil acordará um dia?...
O capitalismo será aceitável somente se reprimir a usura, proibindo a concentração excessiva da riqueza. É por essa causa que os partidos deveriam pugnar. Isso não tem nada de socialismo ou seja lá o "ismo" que for, mas sim, o propósito de evitar confrontações que possam perigar a tão desejada paz. Uma união nacional sim, seria a solução para o Brasil, mas parece estar no campo da utopia.
Fauzi